22 abril 2010

O livro com música

5 comentários:

Cláudia Paiva Silva disse...

Estava cheio e ainda bem. O livro vendeu e ainda bem. A musica bateu-nos bem fundo nos ouvidos, na alma, no coração e aquele baixo, brilhantemente tocado pela Sandra, pareceu soar ainda mais forte, como se ela não estivesse a tocar sozinha, mas sim com outra força interior proveniente do universo. Poderia ser a emoção ou recordação, mas fez-me bem, faz-nos sempre bem ouvir as canções que há já algum tempo tinham ficado desbotadas na nossa memória. Aguarela ou tinta da china a quem cai uma gota de água e fica em borrão. Sabemos o que lá estava desenhado e pintado, mas vamos perdendo a ideia das linhas, dos contornos, das arestas das imagens e figuras. Ontem alguém chegou e limpou cuidadosamente esse quadro como se ficasse restaurado quase completamente, como se ficasse novo outra vez. Ontem ao ouvir Naifa pela primeira vez ao vivo, (porque nunca os tinha visto antes ao vivo), fiquei com a impressão de que nada ali faltava, estava tudo como antes, como talvez tivesse sido sempre, apenas porque, o João, também lá estava. Acho que ontem ninguém notou pela falta dele porque ele estava lá, estava em palco, eu juro que o "vi" em palco, junto da Mitó, do Luís, do Samuel e da Sandra. E quando acabou, assim que o ultimo acorde foi dado, assim que se bateu a ultima palma, eu vim embora. Talvez afinal porque "todo o Amor do Mundo não foi suficiente". Mas dia 5 de Junho, no Castelo São Jorge há mais... A Naifa, voltou...

(Publicado a 23 Abril no blog pessoal)

Anónimo disse...

Para quando novas musicas?

manuel marques disse...

IMPERDÍVEL e quase que nem ia com as voltas que andei a dar no Aeroporto de Barcelona!

No dia 22 de Abril assisti a um concerto (os amigos de Lisboa que me perdoem não lhes ter dito que estive por aí, mas as depressões nem sempre animam) inesperado, forte, acima de tudo humano.

Vivo A Naifa como se fossem parte da minha alma, arrepio-me, as lágrimas dançam desvairadas nos meus olhos e eu que pensava que nunca mais os veria depois daquele memorável concerto no Teatro Maria Matos em Abril de 2008 e da viagem com destino à imortalidade do João Aguardela, ali fiquei como se algo voltasse a renascer das cinzas.

Confesso que me tocou demasiado tocarem a Fé a abrir o concerto, porque adoro essa canção, é uma das minhas favoritas de todas as que a A Naifa nos dá para o coração bater com mais emoção...

Sim são humanos, e senti que as emoções destiladas sobretudo pela Mitó e pela Sandra (que pareceu mesmo tocar por dois), e outros pequenos pormenores que deram ainda mais sentido a este regresso, eram uma prova da presença espiritual do João Aguardela naquele pequeno espaço, pequeno demais para tanta vibração interior que me fez desaparecer todas as depressões desanimadoras, anti-depressivos e outras ilusões apaziguadoras deixando em seu lugar uma porta aberta para regressar a uma casa onde espero mesmo «que rasguem a vida», talento, simplicidade e simpatia são predicados que tomara muita gente tê-los.

E claro o DVD que faltava tenho-o comigo, autografado pelo Luís e pela Mitó, dois ídolos com com pés de carne e osso, mãos e voz de predestinados!

Viva A Naifa!

manuel marques disse...

e vão a Barcelona dia 12 de Junho?

Unknown disse...

Teatro Maria Matos, Abril de 2008...tinha já combinado assistir ao concerto quando – não é que acredite, mas quis talvez o destino? - que alguém me convidasse para um espectáculo-surpresa..."tem raízes Portuguesas", disse, com um entusiasmo de criança que não pode até ao fim revelar um segredo, mas que não resiste em deixar uma pista, "arrisca, tenho a certeza de que vais gostar", julgando que eu não conhecia o grupo, desconhecendo que já tinha os mesmos planos e que "arriscar" era uma palavra inexistente para mim, naquela altura. Do concerto, nada a acrescentar ao que tantos de certeza já disseram, foi fantástico, não esperava outra coisa.
Não descobri A Naifa sozinha, o dia-a-dia deixa-me pouco tempo para ouvir música, muito menos para procurá-la, mas não foi preciso muito para saber que nunca iría deixar de gostar. Tenho tido a impressão, ao longo do tempo, de que a música que oiço com maior prazer, sem me cansar e nutrindo cada vez mais o apreço por ela, é aquela que me “custa” ouvir de início, aquela que tenho de "aprender a gostar", que tenho de descobrir aos poucos e finalmente encontrar o que tem de especial. Com a Naifa, experimentei um bocadinho dos dois mundos, a sonoridade cativou-me desde o início... e durante um período em que viajei de comboio regularmente, tive pelo menos duas horas por semana para descobrir a verdadeira grandiosidade do projecto, que não se revela tão facilmente, há que saborear a música, e as palavras, devagar, não deixar fugir nada. Hoje, quando não sei o que me apetece ouvir...sei...A Naifa.
Na noite do concerto, já ciente do que ía assistir, a verdadeira surpresa não foi o espectáculo...foi ter tido o privilégio de conhecer por umas horas, não a cantora, mas a Mitó, a pessoa como nós, num convívio descontraído, sem estrelato. Quis, talvez o mesmo destino, que não a voltasse a ver e, talvez por isso, tenha achado importante deixar aqui o testemunho de tão breve experiência. O que vi foi amizade, vivacidade, alegria, interesse pelo mundo e raizes sólidas que parecem extinguir-se, aos poucos, hoje em dia... e uma simplicidade que não poderia ser de outra forma, porque só com pessoas assim os projectos podem vencer verdadeiramente. E, não conhecendo os outros membros, não posso imaginar que sejam diferentes. Tive, aí, uma perspectiva diferente sobre o sucesso do grupo. Porque uma banda não se faz só de música.
Obrigada, Mitó, por aqueles momentos tão memoravelmente agradáveis que passei contigo e os teus, pela tua simpatia e por uma noite que não vou esquecer. Obrigada, Zé, por tê-la tornado possível.
E OBRIGADA, A NAIFA, POR TEREM VOLTADO. Até sempre.