01 abril 2009

A Naifa em livro

Caros amigos, em primeiro lugar obrigado a todos pelas mensagens de solidariedade e incentivo que tanto nos têm ajudado neste momento dificil. Aos poucos vamos conseguindo arrumar idéias e olhar para tudo isto de forma mais objectiva.

O João deixou-nos um vazio imenso impossível de preencher, sabemos que nada será como dantes. A sua criatividade e atitude artísticas, a sua presença e a amizade que dedicava a quem com ele privava, são insubstituíveis e constituem uma perda irreparável. No entanto, temos que voltar à vida e, para já, compete-nos a nós manter viva esta música e tudo aquilo que ela siginifica para todos.

Estamos a trabalhar na edição de um livro/dvd biográfico onde queremos fixar os momentos inesquecíveis que partilhámos convosco ao longo destes quatro anos. Nas três digressões que fizemos por todo o país, muitas foram as dificuldades, mas também muitos foram os amigos que fizémos e que espontâneamente nos apoiaram, para que no final tudo tivesse valido a pena. Queremos por isso que participem neste projecto, escrevendo uma pequena história, o relato de um momento, uma frase, aquilo que acharem mais siginificativo, para que a memória não se apague e A Naifa continue a rasgar a vida.

Enviem o texto devidamente identificado (nome, e-mail) , até dia 10 de Maio para info@anaifa.com ou deixem aqui no blog como comentário desta notícia.

Nota : A Naifa reserva-se ao direito de seleccionar os textos a publicar.

17 comentários:

Cláudia Paiva Silva disse...

Que excelente ideia! A quem tem o dom da palavra escrita, faça o favor de escrever o melhor que o coração, alma e mente se lembram para contar. Porque no princípio era o verbo, e porque esse verbo será a continuidade da nossa/vossa história, np passado, presente e futuro.

manuel marques disse...

Já estreei novos dias, novas aparelhagens, viagens quase em pose de sonâmbulo, automaticamente desperto para a vida normal das rotinas, fronteiras entre o que é ser sábio e desaparecer na voragem de uma loucura sem explicação 'fechando à pressa o dia anterior', como se isso resolvesse problemas.

E depois havia uma forma de conquistar o paraíso, daquelas em relação às quais não se espera nada de especial.

E numa curta viagem a Torres Vedras, primeira de tantas outras sempre perto de Lisboa, consegui colocar o meu coração de novo a arder, o da mulher que amei tanto tempo e em plena combustão de amor fazer reviver dias de cumplicidade com a música portuguesa, daquela a que se ousa chamar imortal.

Foi assim que nasceu um amor dedicado a vós, A Naifa, mesmo que nunca vos tenha dado um abraço, sem ser às criações imortais, um sincero obrigado por serem fonte de vida, de originalidade, simplicidade, puro génio.

Obrigado a todos, obrigado ao meu coração por bater e permitir-me divulgar a quem queira sentir o real encantamento que foi este ultimo filho de João Aguardela, mas também do Luís Varatojo, da Mitó, do baterista que adoro ver mas nunca decoro o nome, dos poetas e dos que andam nos bastidores.

OBRIGADO!

cajé disse...

""compete-nos a nós manter viva esta música e tudo aquilo que ela siginifica para todos.""
Força muita Força!!
o amigo Cajé

jc disse...

apesar de ser aquilo que já se esperava, nunca se espera que aconteça. a naifa vai deixar saudades.

escrevi sobre vocês depois do concerto em águeda.
aqui:

http://ontheroadtosomewere.blogspot.com/2008/05/uma-no-muito-inocente-inclinao-para-o.html

ROCKMIX disse...

Se saudade é a presença dos ausentes, vou continuar a ter sempre saudades, porque vão estar para sempre presentes na banda sonora da minha vida... Miguel Assumpção.

M. disse...

Abusando da sorte, deixo (outra vez)o meu contributo.

http://borboletasnabarriga.blogspot.com/2008/04/naifa.html

Saudades *

Unknown disse...

Sempre fui fã desde o Canções Subterrâneas, descobri os “A Naifa” por um acaso numa biblioteca em Gaia e agradeço esses acasos que tornam uma situação fortuita em algo eterno. Sempre pensei nos A Naifa como os divulgadores de uma música lusitana mas sempre em busca de novos sons e novas texturas para explorar.

O momento mais especial que registo d’A Naifa foi no dia 7 de Dezembro de 2006 no Theatro do Circo em Braga. Que espectáculo sublime, que presença em palco. Ali, eu que pensava que era um dos poucos que conhecia a banda vi uma plateia quase esgotada a ser seduzida de música em música. Foram cerca de 90 minutos de pura magia e no final mesmo os mais cépticos não podiam deixar de cantar e bater palmas aí notase o poder d’A Naifa e nesse dia fui incrivelmente feliz para casa, rumo ao Porto.

Pode ser algo sensacionalista o texto mas é a verdade. A Naifa é o projecto mais influente desta década no panorama da música portuguesa! Cada vez mais fundese estilos musicais, explorase e os A Naifa foram propulsores desse movimento, olhese e identifiquese a impressão digital no projecto “Deolinda”, não é visível a influencia?

Pessoalmente, penso que o grupo ainda tem muito para dar e recusome a falar no passado porque ainda há muito para explorar, novas sonoridades para descobrir. Ao ler o vosso post, pareceme que o grupo está lentamente a extinguir a chama que os uniu, como uma crónica de uma morte anunciada, espero que isso não aconteça porque aí terei que constatar que efectivamente a musica portuguesa ficou mais pobre.

Não Desistam...

Unknown disse...

Apercebi-me do quanto a Naifa me fez mudar, me fez crescer e devo-vos muito .
Obrigado por existirem, e fazerem do Mundo um lugar Melhor :)

Maria .

Unknown disse...

A Naifa a rasgar a vida sempre!
E o João estará presente sempre
creio que é urgente continuarem a canção que é tão vossa.
belaStrada a vós

Diogo Varela Silva disse...

Antes de escrever estas linhas, pus-me a pensar na noite que eu passei, contigo Luís e com o João. Essa magnifica noite de fados no extinto Embuçado, em que vocês me puseram a par desta ideia magnífica, de trazer a lume este projecto, que veio dar um sopro de vida ao nosso panorama musical.
Bem dita a hora que deram essa Naifada, pois com ela abriram novas musicalidades que tanta falta faziam. Esta nova roupagem de algo tão português, como a guitarra portuguesa, esta simbiose entre o pop e o fado foi aquilo que podemos chamar de um casamento perfeito, não só pela maneira como os combinaram, mas também pela longa espera que fizemos, enquanto público.
Por tudo isto o meu obrigado. Mas estou convicto que as Naifadas têm que continuar a ser dadas, à uma imensa amálgama de gente sedosa de ver jorrar de novo o sangue da vossa musicalidade.

Um abraço e até sempre,
Diogo Varela Silva

Unknown disse...

se assim entenderem as palavras que escrevi sobre o João são vossas e muito feliz também ficava de poder contribuir um pouco para esse ilustre livro. alguma coisa que precisem estamos por aqui. o cd Oquestrada sai hoje e ele é uma das pessoas a quem dedicamos o disco e a 1ª que pessoalmente gostaria que o escutasse!
um abraço aos incríveis amigos da Naifa

Anónimo disse...

a naifa não pode acabar. pá, não pode e pronto.

Rafael disse...

A maior parte dos meus amigos não gosta de música portuguesa, principalmente de alguma coisa que tenha que ver com o fado e eu sempre gostei de ser, no meu grupo, o único a apreciar esse género de música. Do fado à Naifa não há muitas portas e da poesia à Naifa é um espaço de uma mão. Foi assim que dei por eles.
Tenho os Naifa para mim como daqueles prazeres que não se querem partilhar. Sinceramente, sempre achei que A naifa fazia música só para mim, num raio de um quilómetro à minha volta, no meu grupo, era o único que conhecia a música deles.
Hoje, na minha vida foram ao chão o Carmo e a Trindade, descobri que há mais gente como eu. felizmento, devo dizer.

Na verdade, só vim dizer que não sabia da existência deste blog.

Para o João Aguarela, lembrei-me de um poema:

«Perdemos repentinamente
a profundidade dos campos
os enigmas singulares
a claridade que juramos conservar
mas levamos anos a esquecer alguém
que nos olhou apenas»

José Tolentino Mendonça

Joao Arruda disse...

Obrigado meus caros. Dá-me muita tristeza que esta banda com tanto talento tivesse que sofrer uma ferida tão forte. Nutria uma grande ligação pela Naifa não só pelas canções fantásticas que me despertaram a curiosidade pelo fado mas também a forma como eram interpretadas e a magia de cada concerto.

Foi com pesar que, algumas semanas após a morte do João Aguardela, ao falar para com os meus botões, me lembrei que o João fazia parte do primeiro concerto que vi na vida pois na altura ele era vocalista dos Sitiados. Tinha 7 anos quando assisti a esse concerto mas guardo algumas imagens precisas na minha mente, provavelmente por na altura me sentir fascinado pela energia daquele primeiro concerto ao vivo. O "Esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim!" ficará para sempre.

Independentemente do que vier a acontecer, A Naifa deixou-nos um grande tesouro e é com um enormíssimo respeito que calorosamente vos saúdo e com esperança me despeço com um "Até breve!".

Maria do Rosário Sousa Fardilha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maria do Rosário Sousa Fardilha disse...

Talvez tarde demais, mas é claro que esta paixão registada logo após dois espectáculos vossos, Vos é retribuida com todo o prazer. Os textos são estes:

http://divasecontrabaixos.blogspot.com/2008/05/uma-inocente-inclinao-para-o-animal-ii.html

http://divasecontrabaixos.blogspot.com/2006/12/naifa.html


... e espero poder escrever outros mais.

Maria do Rosário Fardilha

Luiz com Z disse...

Fico seis meses sem entrar no blog e de repente esse baque. Conheço a banda há pouco mais de um ano e venho fazendo o que chamo de "trabalho de formiguinha", divulgando-a aos poucos aqui no Brasil. Mandei comprar todos os três discos em Portugal e não fico um mês sem ouvir pelo menos minhas faixas preferidas.

Ironicamente, andava lembrando da entrevista em que ele conta sobre os marinheiros russos. Hilário. E dessa história inusitada saiu aquela música linda, com toques de new wave oitentista.

Agora é hora do chamado "freio de arrumação". Espero que o livro esteja disponível no Brasil, ainda que em lojas especializadas. E aguardamos o DVD.

A vida é muito breve. À única vida que lhe coube, João soube não desperdiçá-la e soube imortalizá-la. É o que esperamos pra todo mundo, não?

Forte abraço do admirador incondicional da banda,
Luiz.